Em 28 de abril de 2025, um apagão massivo paralisou Portugal, Espanha e partes de outros países europeus, como França, Alemanha, Bélgica, Polônia e Finlândia, deixando mais de 50 milhões de pessoas sem energia elétrica. Iniciado por volta das 7h30 (horário de Brasília), o incidente causou caos em transportes, comunicações, saúde e indústria, expondo a fragilidade das redes elétricas interconectadas da Europa. Com causas ainda sob investigação — incluindo um fenômeno atmosférico raro e suspeitas de ciberataque — a crise levanta questões urgentes sobre a segurança energética global. Este artigo analisa o que aconteceu, por que a rede falhou e quais lições podemos tirar para evitar futuras catástrofes.
O Impacto do Apagão de 2025
O apagão transformou cidades vibrantes como Lisboa, Madri e Barcelona em cenários de confusão, com semáforos apagados, metrôs paralisados e comunicações interrompidas.
Caos Generalizado
A falta de energia, que começou às 12h30 no horário local (7h30 em Brasília), gerou impactos imediatos:
- Transportes: Metrôs de Lisboa e Madri foram evacuados, com pessoas presas em vagões. A Renfe, operadora ferroviária espanhola, suspendeu todos os serviços, e aeroportos como Barajas (Madri) e El Prat (Barcelona) enfrentaram atrasos, com check-ins manuais e redução de 20% no tráfego aéreo.
- Comunicações: Sinais de celular e internet colapsaram por mais de uma hora nas capitais, forçando moradores a buscar cobertura nas ruas.
- Saúde: Hospitais, como o Santa Maria em Lisboa, ativaram geradores de emergência para manter blocos operatórios e UTIs funcionando.
- Economia: Comércios fecharam, eventos como o Madrid Open foram interrompidos, e ind Industries pararam, causando prejuízos significativos.
Países Afetados
O apagão teve epicentro na Península Ibérica, afetando Portugal e Espanha quase integralmente, exceto ilhas como Açores, Madeira, Canárias e Baleares. Outros países, como França, Alemanha, Bélgica, Polônia, Finlândia, Itália, Países Baixos e Suécia, relataram falhas parciais. Andorra e partes do norte da África, como Marrocos, também foram impactadas, destacando a escala do problema.

Por Que a Rede Elétrica Falhou?
As autoridades ainda investigam as causas, mas três hipóteses principais emergiram, revelando vulnerabilidades sistêmicas.
Fenômeno Atmosférico Raro
A Redes Energéticas Nacionais (REN) de Portugal atribuiu o apagão a uma falha na rede elétrica espanhola, causada por um “fenômeno atmosférico raro”. Variações extremas de temperatura no interior da Espanha teriam gerado “vibrações atmosféricas induzidas” em linhas de alta tensão, causando falhas de sincronização nos sistemas elétricos. Essas oscilações, conhecidas como correntes indutivas, podem ser amplificadas por ressonância, danificando a infraestrutura. A solução envolve instalar amortecedores nas linhas, mas a ocorrência expôs a sensibilidade da rede a eventos climáticos extremos.
Suspeita de Ciberataque
O ministro português da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, sugeriu que a escala do apagão era “compatível com um ciberataque”, embora sem confirmação. O Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha (Incibe) e o Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal (CNCS) investigam a possibilidade, mas autoridades como Lino Santos, do CNCS, negaram evidências de ataque. A Comissão Europeia e a Agência Europeia para a Segurança de Redes e da Informação (ENISA) também acompanham o caso, destacando preocupações com a segurança cibernética de infraestruturas críticas.
Interconexão de Redes
A rede elétrica europeia é altamente interconectada, permitindo eficiência, mas também amplificando falhas. Uma queda brusca no consumo na Espanha, registrada às 12h25 locais, reduziu a demanda pela metade em menos de uma hora, desestabilizando o sistema. Essa interdependência fez com que o problema se espalhasse rapidamente, afetando países vizinhos. A fragilidade foi agravada pela transição para energias renováveis, como eólica e solar, que, sob pressão, podem desestabilizar a rede se não forem bem gerenciadas.
Lições para o Futuro
O apagão de 2025 é um alerta para a necessidade de modernizar e proteger as redes elétricas globais. Aqui estão as principais lições.
Segurança Cibernética
A possibilidade de um ciberataque, mesmo não confirmada, destaca a vulnerabilidade de infraestruturas críticas. Um ataque direcionado pode derrubar não apenas energia, mas também bancos, hospitais e comunicações. A ENISA e o CNCS reforçam a necessidade de:
- Firewalls e Monitoramento: Sistemas avançados para detectar e bloquear intrusões em tempo real.
- Treinamento: Capacitação de operadores para responder a ameaças digitais.
- Cooperação Internacional: Compartilhamento de dados entre países para prevenir ataques em larga escala.
Energia Descentralizada
A dependência de redes centralizadas amplificou o apagão. Investir em energia descentralizada, como painéis solares locais e micro-redes, pode reduzir o impacto de falhas sistêmicas. Países como Alemanha e Dinamarca já avançam nesse modelo, combinando renováveis com armazenamento em baterias. Essa abordagem também mitigaria os efeitos de eventos climáticos, que devem se intensificar com as mudanças climáticas.
Cooperação Europeia
A Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen, está coordenando esforços com Espanha e Portugal para entender as causas e prevenir recorrências. O Grupo de Coordenação da Eletricidade da UE deve fortalecer protocolos unificados, como:
- Testes de Estresse: Simulações regulares para identificar pontos fracos na rede.
- Planos de Contingência: Respostas rápidas para restabelecer energia em áreas críticas, como hospitais e aeroportos.
- Investimentos Conjuntos: Financiamento para modernizar linhas de transmissão e integrar renováveis de forma estável.

O Que Podemos Esperar?
A Red Eléctrica da Espanha estima que a energia será totalmente restaurada entre 6 e 10 horas após o início do apagão (14h a 17h, horário de Brasília), começando pelas regiões norte e sul da Península Ibérica. Em Portugal, a REN sugere que algumas áreas podem levar até uma semana para normalização total.
Investimentos em Infraestrutura
A crise deve acelerar investimentos em:
- Redes Inteligentes: Sistemas que ajustam a distribuição em tempo real para evitar sobrecargas.
- Amortecedores Climáticos: Tecnologias para proteger linhas de transmissão contra fenômenos atmosféricos.
- Ciberdefesa: Atualização de softwares e hardware para proteger contra ataques digitais.
Prevenção de Crises
A Europa precisa revisar sua dependência de redes interconectadas e diversificar fontes de energia. O apagão também reforça a urgência de políticas climáticas que preparem infraestruturas para eventos extremos, como ondas de calor. A longo prazo, a transição para renováveis deve ser acompanhada por sistemas de armazenamento robustos, como baterias de grande escala, para garantir estabilidade.
Um Alerta Global
O apagão de 28 de abril de 2025 não é apenas uma crise europeia — é um sinal de alerta para o mundo. No Brasil, por exemplo, a dependência de hidrelétricas e a vulnerabilidade a secas mostram que lições semelhantes devem ser aplicadas. A interconexão de redes, a ameaça de ciberataques e os impactos das mudanças climáticas exigem ação imediata. Como disse Ursula von der Leyen, “a segurança energética é crucial para a União Europeia”. Essa segurança, no entanto, depende de resiliência, inovação e cooperação global.
O apagão na Europa é um chamado para repensar nossa infraestrutura energética! O que você acha que o Brasil e o mundo podem aprender com essa crise? Compartilhe suas ideias nos comentários e envie este artigo para amigos interessados em energia e tecnologia. Assine nossa newsletter para mais análises sobre eventos globais e fique por dentro do futuro da energia